A iboga (Tabernanthe iboga) é uma planta originária da África, da família Apocynaceae cuja raiz contém o princípio ativo ibogaína, uma substância alcaloide com propriedades psicoativas.
A ibogaína tem sido estudada por seu potencial uso no tratamento da dependência química, principalmente de drogas como cocaína, crack, heroína e álcool, e como ferramenta terapêutica para tratar depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.
No Brasil há tratamentos com ibogaína desde o final do século passado e a partir de 2008, através da RDC 28/2008, médicos podem prescrever substâncias que já estejam reguladas em outras agências reguladoras.
É importante ressaltar que o uso da ibogaína como tratamento para a dependência química é seguro caso seguida a triagem e acompanhamento adequados.
Já história do uso ritualístico da ibogaína remonta a milênios atrás com os pigmeus e mais recentemente nas tradições Bwiti, da África Central, onde a substância é utilizada em cerimônias. Os rituais Bwiti incluem a ingestão da raiz de iboga, que induz um estado de transe profundo para alcançar um processo de morte e renascimento em comunhão físico-espiritual com a comunidade.
IBOGA x SANANGA?
A sananga é uma substância extraída da casca da árvore Tabernaemontana sanho, encontrada na Amazônia e também da família das Apocynaceae. Ela é utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas para a caça. A sananga é aplicada diretamente nos olhos na forma de colírio. É possível encontrar quantidades ínfimas de ibogaína na Tabernaemontana sanho.
Apesar das semelhanças farmacológicas, a sananga e a ibogaína são substâncias com propriedades e usos distintos e mesmo estando na mesma família botânica, são muito distantes para se relacionarem, mesmo apresentando o mesmo alcaloide em sua composição.
Fruto de conversas com o dr. Bruno Ramos Gomes, grande connoisseur dos usos de Iboga.
*Imagem original, criada por IA.
Felipe De Nadai
CRP 08/35704
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